A colonização
de Marte certamente terá como uma das suas maiores exigências a plantação de vegetais
que sirvam para suprir a demanda alimentícia. Elas serão utilizadas na
subsistência dos primeiros astronautas a pisarem o planeta, como também, e principalmente,
atenderá as necessidades dos posteriores colonos, cientistas e militares que circularão
e residirão nas terras áridas do planeta vermelho. A gravidade baixa, cerca de
um terço da que existe na Terra, não seria impedimento para o desenvolvimento
das plantas, uma vez que já foram feitas diversas experiências promissoras com
as herbáceas em estado de microgravidade. Isso ocorreu em hortas instaladas na
Estação Espacial Internacional, que se encontra na órbita da Terra, mais ou menos
no meio do caminho entre a distância da mesma e o nosso único satélite natural,
a Lua. As experiências biológicas com estufas revelaram que as plantas se
desenvolveram com sucesso em uma situação muito pior do que a existente em
Marte.
A NASA enviará um novo robô em
2018 para o planeta vermelho e ele levará uma pequena estufa contendo terra
adubada e sementes em seu interior. O objetivo é analisar o desenvolvimento das
plantas nos quesitos: tempo de crescimento, evolução das raízes, interferência
da radiação solar e da temperatura, produtividade alimentícia, dentre outros aspectos
importantes. A previsão é que a primeira colônia seja instalada entre os anos
de 2025 e 2030, com habitantes que viverão pelos restos das suas vidas na superfície
do planeta Marte. A existência de água em estado líquido e sólido nesse corpo
celeste, facilitará bastante o desenvolvimento das plantas, dando à população
da colônia autonomia e sustentabilidade. No caso do sucesso dessa empreitada,
poderá ocorrer um processo intenso de inserção de plantações irrigadas e protegidas
por meio de estufas automatizadas e controladas por computadores.
Diante disso, também poderão ser criadas florestas de todos os gêneros e
climas, com animais também importados do planeta Terra. E, por conseguinte, esse
sistema poderá contribuir na produção de oxigênio na atmosfera de Marte e na
consequente terraformação do planeta vermelho. Após este processo de arborização
intensa, provavelmente, em menos de meio século, a quantidade de oxigênio será
tão grande que um humano poderá circular à noite sem respiradores ou roupas
especiais, ou seja, poderá caminhar utilizando apenas roupas comuns e terrestres.
A ausência do campo magnético do planeta não poderá transformar integralmente a
atmosfera, contudo, poderão ser criados ilhas de oxigênio com campos magnéticos
artificiais. Enfim, é interessante afirmar que as plantas serão um primeiro
passo não somente na colonização de Marte como também na mudança integral ou parcial
de uma paisagem árida e pouco receptiva aos seres humanos.